As ações das companhias aéreas Azul e Gol registraram fortes altas nesta quinta-feira (16), após o anúncio de que ambas estão em negociações para uma possível fusão. Os papéis da Azul subiram mais de 4%, enquanto as da Gol avançaram quase 8%.
A Gol, que está listada na B3 sob a categoria “Outras Condições” devido a um pedido de reestruturação nos Estados Unidos, informou que o grupo Abra, controlador da Gol e da Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul para unir os negócios no Brasil. Caso a fusão se concretize, a nova companhia dominaria 60% do mercado aéreo doméstico brasileiro, superando os 40% da Latam, conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Em comunicado, a Gol destacou que o acordo representa a fase inicial das negociações e visa explorar a viabilidade de uma possível transação. Caso o negócio avance, as duas companhias manteriam suas marcas e certificações operacionais de forma independente.
A Azul, em seu comunicado a investidores, destacou que a fusão traria melhorias nos serviços aos clientes e geraria eficiências operacionais. A empresa também afirmou que a união das duas companhias contribuiria para o crescimento e desenvolvimento da aviação no Brasil, com uma malha aérea que atenderia um maior número de destinos no país.
O acordo de fusão está condicionado à conclusão do plano de reorganização da Gol, em andamento nos Estados Unidos, sob o processo de “Chapter 11”, além de outras condições e aprovações que ainda precisam ser negociadas.
Dificuldades pós-pandemia
Ambas as empresas enfrentaram dificuldades financeiras desde a pandemia de Covid-19, o que as levou a adotar medidas de reestruturação. A Azul realizou acordos no ano passado para reduzir suas obrigações financeiras e aumentar seu capital. Por sua vez, a Gol teve que recorrer ao “Chapter 11”, o procedimento de reestruturação nos Estados Unidos, que é equivalente à recuperação judicial no Brasil.
A Gol, em comunicado, reafirmou seu compromisso com a conclusão do processo de reestruturação e destacou que seu objetivo é sair do “Chapter 11” como uma empresa independente e fortalecida financeiramente. Na época do pedido, a empresa informou que sua dívida era estimada em R$ 20 bilhões e que a reestruturação visava melhorar sua sustentabilidade a longo prazo.